quarta-feira, 29 de julho de 2009

Preciso mudar.
Mudar minha forma de agir,
Mudar minha forma de sentir...
Mudar o rumo.

Quem disse que ser sensível é bom?
Quem disse que falar o que sentimos ajuda,
Que abrir o coração pode trazer felicidade?

Engano.
Tudo não passa de uma
Passageira ilusão.

A sensibilidade só nos serve
Para sentirmos dor,
Só nos serve
Para sentirmos arrependimento.

Certa vez eu disse que iria me calar,
Calar lentamente o que sinto.
E por que ainda não o fiz?

Boba, não acreditei em mim.
Minha intuição já havia avisado.
Tenho que ser mais racional.

Pensar que as coisas podem ser trazidas do passado
É não crer nos meus ouvidos,
É fingir que as duras palavras a mim lançadas
Nunca foram ditas.

O tempo passa,
Os objetivos mudam,
Os olhares mudam o foco,
A estrada agora
Corta novos campos.


segunda-feira, 27 de julho de 2009

O Erro

As vezes tomamos atitudes que depois nos fazem sofrer,
Mesmo sabendo que não seja a melhor das opções.
As vezes magoamos alguém que mais amamos,
Sem nem mesmo ter a intensão
Deixando um rastro triste... negro.

O arrependimento é como uma faca
Cravada no próprio peito
E que não poderá ser retirada.
Ao menos que o perdão lhes seja ofertado,
A lâmina torturante ficará cravada para sempre.

A palavra não dita,
O gesto impensado,
O impulso de fuga
Que me tomou de assalto,
A mando da tontura provocada pela tempestade de palavras...
Tudo me levou a crer que
A “ignorância” pode ser a melhor das condições.

Muitas vezes minha intuição me traz respostas,
Mas como teimosa que sou
Prefiro fingir que não entendi,
E, ao final, acabo apenas confirmando o que é fato.

Grande tola que sou.
Adiar o inevitável...
Como se eu pudesse.
A ilusão é uma forma de prazer momentâneo,
Que só nos leva ao sofrimento.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

(21/07/09)

Esta noite foi só chuva.
A luz dos astros não podiam iluminá-la,
As nuvens negras tomavam o céu.

Apenas o doce fruto de seu ventre a acolhia
E com um abraço terno a acalmava.
A penumbra daquele ambiente
Escondia a tristesa estampada em seu rosto.

As horas se passavam,
Mas era como se o tempo estivesse parado.
A noite parecia que não iria acabar.

Até o frio parecia estar mais intenso
Como se o calor de seu corpo já não fosse mais suficiente
Para lhe manter a vida.

E nos braços de seu protetor ela adormeceu.
Por algum tempo ela descançava,
Mas sua mente era como um filme
Da película que não parava de rodar.

Ao amanhecer o dia
Os primeiros raios de sol a fizeram despertar.
Era hora de lavar seu rosto,
De seguir seu caminho.

(20/07/09)

Seus olhos estão secos.
As gotas que dele brotavam
Estão retidas,
Suas palpebras travadas.

Seu coração
Que antes era bomba pulsante ,
Agora é máquina parada no galpão abandonado.

Seu corpo parece ter perdido a sensibilidade.
Aquele toque suave,
Aquele cheiro,
Todo sabor...
Tudo está trancado
Num baú de tristesa.

Seu pensamento sempre rico,
Inebriante...
Desejante...
Se tornou um viagante solitário
Que vaga pelo deserto.

Tudo que antes era porção de um desejo,
De um sonho de longa data,
Agora são apenas páginas de um livro inacabado.

O Caminho

Tudo agora está destruído, devastado
Pela força das águas que por ali passaram.
Mas a velha árvore ainda permanece.

As folhas da velha árvore foram levadas
Pelas águas revoltas do rio,
E mesmo que machucada,
A velha árvore sabe que
Ele teria que fazer esse percurso
Que era necessário.

Agora, ela aguarda até que as águas se acalmem.
Ela espera...
Espera para que o rio encontre novas curvas,
Novas formas de se conduzir.
Espera que suas próprias marcas cicatrizem logo.

A chuva que veio
Misturou-se com a terra
E suas gotas foram sendo absorvidas
Lentamente...
E ela foi tomada pelo silêncio, pela escuridão,
Pelo calor torturante do solo
Que um dia foi fértil,
Mas que não foi aproveitado.

A chuva percorre seu caminho.
Toda gota que cai na terra
Um dia encontra um manto cristalino,
Bem lá no fundo,
Que uma hora chegará até o velho rio.