quarta-feira, 22 de julho de 2009

(21/07/09)

Esta noite foi só chuva.
A luz dos astros não podiam iluminá-la,
As nuvens negras tomavam o céu.

Apenas o doce fruto de seu ventre a acolhia
E com um abraço terno a acalmava.
A penumbra daquele ambiente
Escondia a tristesa estampada em seu rosto.

As horas se passavam,
Mas era como se o tempo estivesse parado.
A noite parecia que não iria acabar.

Até o frio parecia estar mais intenso
Como se o calor de seu corpo já não fosse mais suficiente
Para lhe manter a vida.

E nos braços de seu protetor ela adormeceu.
Por algum tempo ela descançava,
Mas sua mente era como um filme
Da película que não parava de rodar.

Ao amanhecer o dia
Os primeiros raios de sol a fizeram despertar.
Era hora de lavar seu rosto,
De seguir seu caminho.

(20/07/09)

Seus olhos estão secos.
As gotas que dele brotavam
Estão retidas,
Suas palpebras travadas.

Seu coração
Que antes era bomba pulsante ,
Agora é máquina parada no galpão abandonado.

Seu corpo parece ter perdido a sensibilidade.
Aquele toque suave,
Aquele cheiro,
Todo sabor...
Tudo está trancado
Num baú de tristesa.

Seu pensamento sempre rico,
Inebriante...
Desejante...
Se tornou um viagante solitário
Que vaga pelo deserto.

Tudo que antes era porção de um desejo,
De um sonho de longa data,
Agora são apenas páginas de um livro inacabado.

O Caminho

Tudo agora está destruído, devastado
Pela força das águas que por ali passaram.
Mas a velha árvore ainda permanece.

As folhas da velha árvore foram levadas
Pelas águas revoltas do rio,
E mesmo que machucada,
A velha árvore sabe que
Ele teria que fazer esse percurso
Que era necessário.

Agora, ela aguarda até que as águas se acalmem.
Ela espera...
Espera para que o rio encontre novas curvas,
Novas formas de se conduzir.
Espera que suas próprias marcas cicatrizem logo.

A chuva que veio
Misturou-se com a terra
E suas gotas foram sendo absorvidas
Lentamente...
E ela foi tomada pelo silêncio, pela escuridão,
Pelo calor torturante do solo
Que um dia foi fértil,
Mas que não foi aproveitado.

A chuva percorre seu caminho.
Toda gota que cai na terra
Um dia encontra um manto cristalino,
Bem lá no fundo,
Que uma hora chegará até o velho rio.